segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012 4 comentários

Da matemática do tempo

Pois ter em mãos os grãos do tempo
É de uma responsabilidade desumana.
A gente guarda com tamanho zelo,
Como quem quer tomar em goles lentos,
Mas que acaba, no final, se engasgando.

Pois de todos os tempos, a língua saboreia em prantos
Todas as mágoas de um falso desperdício.
No entanto, a boca ainda não se esquece
E guarda, como o peito guarda uma prece,
Os bons momentos que sobraram antes.
 
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