Queria ver versos escritos nas árvores,
Em letras cursivas, nos troncos e galhos.
Poder recitá-los enquanto é dia
E tê-los guardados nas noites em claro.
Queria ver versos adornando o asfalto
Rasgando-lhe as trevas, salvando os passos
Dos carros que cortam, machucam e traçam
Todos os caminhos que eu quero passar.
Queria ver poesia em forma de nuvens
Tentando descer à terra por um único instante,
Beijando as águas com gosto de amantes
Dos lagos insólitos que guardo pra mim.
Queria rimar e criar um sentido lógico
Pra vida que guarda todos os segredos.
Descer das estantes os livros de modos
E ler o semblante que os olhos não vêem.
0 comentários:
Postar um comentário