domingo, 9 de janeiro de 2011

Automutilação

Sempre tive medo dessa profissão de poeta,
De ser fadado a escrever versos, sonetos,
Entregar-se em suas linhas por inteiro
E ter sempre a porta do seu coração aberta.

Ser poeta é saber dizer a coisa certa
De uma maneira torta e de um simples jeito,
Que mesmo se partindo meio a meio,
Não há alma de um ser que não se entrega.

Nem honorários são capazes de satisfazer as brechas
Que as rimas deixam quando o poema é feito,
Bem lapidado no que o poeta chama de peito,
Que guarda todos os sentimentos e razões que ele tivera.

E o leitor que não é feitos dessa treva
Se diverte por completo do seu jeito.
Tem sua dor transferida do sujeito
Que ousou escrevê-la em linha reta.

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