quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Alucinação


Hoje eu arranquei meu coração com minhas próprias mãos.
Estranho! Ele não mais batia em seu compasso.
Escasso ainda eram seus movimentos
E somente o tempo foi capaz de matá-lo.

Aquele que era o baú de emoções, sentimentos,
Amores, rancores e desalentos,
Agora é só mais um objeto de adorno.
E o meu rosto ainda está parado sem meu corpo.

Nem o meu sangue conseguiu entendê-lo.
Fizeram uma batalha brutal entre seus valores e egos.
O mais forte não venceria. Transformar-se-ia em céu.
O sonho que nele existe, agora se enrola em um pedaço de papel.

Eu o arranquei com uma força incontestável.
Não o aturava mais a palpitar.
As dores agora sobressaem o cansaço
E as cicatrizes se comprimem sem seu par.

Meu coração agora é objeto inanimado.
Suas loucuras se compactaram em um só grão:
Não sei se de arroz, ou de feijão;
Mas foi tão pouco, que meu coração coube na mão.

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