quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Anúncio de morte!


As ruas que vão dar na minha casa continuam intransponíveis.
Bem que antes não chegar também era muito fácil,
Mas no momento as coisas se tornaram ainda mais difíceis.
Nem percebi que o meu cachorro não mais latia em meu quintal.
Estava morto!
Talvez por não aguentar a noite escura,
Ou por se sentir ainda menor aos olhos negros da solidão.
Não sei! Apenas não se mexia.
Não latia, não sacudia o rabo,
Continuava estático em seu leito de morte.
O telhado não protegia um minuto sequer.
Neste momento a chuva molhou o meu sofá velho,
Formando uma poça de ilusão.
Na minha angústia vejo meu pé ficar sem voz.
E é nesta hora que percebo que eu não quero ser o mote de um texto
Que não me faça herói.
Na minha geladeira até a água apodreceu.
E nada mais!
Obviamente não existia mais nada, nem graça
De se manter vivo algo que já morreu.
A noite chega. Finalmente o dia acaba.
Não se vê nada além do que olhos veem.
O que se quer é ir para casa,
Mas como eu disse,
As ruas que me levam até lá não me levam a nada.

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